Bom, para começar este post, já vou dizer que logicamente me fazem muita falta meus amigos e familiares, mas isso é meio óbvio (apesar de que eu conheço imigrantes (nao brasileiros) que disseram nao sentir falta de ninguem de seu país natal... Mas aí, cada um tem sua vida e seus apegos).
Este post é para falar o que eu sinto falta do Brasil, materialmente falando:
Acho que de modo geral, quando você desembarca em um país estrangeiro (para viver por tempo indefinido), você estranha tantas coisas que parece que tudo do no Brasil faz falta. Mas aí o tempo passa, e você percebe que tem que colocar em pratica aquela palavrinha mágica de todo o imigrante: “adaptação”.
Quando eu cheguei à Espanha, senti falta de muitas coisas, uma delas por incrivel que pareça foi a falta de um ralo no banheiro (e na cozinha). Na Espanha não existe ralo (o que eu nem acho tão grave, porque evita a indesejável entrada de insetos). Até o dia que eu descobri a fregona (foto), uma invenção espanhola, que eu acho bem prática. Agora que eu sou um exímio piloto de fregona, o ralo não me faz mais falta. Falando em ralo, desde que cheguei aqui há 7 anos, nunca mais vi uma barata.
Acho que o quesito comida é “hors concours”, para qualquer imigrante. A Espanha, na minha opinião, é um fracasso no que se refere a doces (comentei isso no meu post anterior: Orelha de Porco e outras bizarrices). Como eu não sou fanático por doces, não tive maiores problemas, mas admito que para quem adora aquele docinho brasileiro, as opções aqui são muito restritas. Outra coisa que a Espanha não supera (mesmo) o Brasil, é no quesito “carnes”. Não são ruins, mas para quem gosta de uma bela picanha, é triste. Entre uma adaptação e outra, no que se refere à comidas de modo geral, não tenho maiores problemas.
Não como doces, encontrei umas 2 ou 3 opções de carnes razoáveis, e do resto, estou bastante satisfeito com os produtos que encontro aqui. Aliás, morar na Europa te dá a possibilidade de encontrar milhares de produtos de outros países europeus no supermercado. Você encontra tantos queijos, tantos iogurtes, tantos pães, biscoitos, vinhos, cervejas, etc, e isso enriquece sua opções culinárias, e te ajuda a superar a falta de alguns produtos.
O único produto culinário que não tem substituto aqui é a farofa. Aí você tem que apelar á família quando vêm te visitar ou alguma loja de produtos brasileiros ou latinos (que são relativamente fáceis de achar nas grandes cidades).
No que se refere ao ócio, aqui existe uma excelente oferta de livros e revistas, e eu que sou devorador de obras de história e politica, encontro de tudo. Tem muitos livros de história e política publicados na Espanha que ainda são inéditos no Brasil. Outra coisa que me deixa enlouquecido de felicidade é poder comprar nos sites da Amazon e do Ebay tudo que eu gosto no que se refere a cultura (livros, filmes e musica), sem pagar impostos e por preços mega econômicos.
O meu problema aqui na Espanha no quesito ócio é um só: ”filme dublado”. Não existe filme legendado, é tudo dublado. E eu tenho a impressão que a Espanha só tem um casal de dubladores, porque as vozes são muito parecidas em todos os filmes. A voz do James Bond é idêntica a voz do Shrek, e por isso eu já descartei ir ao cinema na Espanha há muito tempo. Gosto de filmes, mas menos mal que não sou fanático. Tenho amigos no Brasil que são cinéfilos, amam cinema a ponto de dormirem mal de ansiedade para ir a estreia de um filme. Aqui na Espanha, eles pegariam uma mega depressão.
No que se refere a roupas, sei que as mulheres se queixam um pouco das roupas intimas espanholas, que sao 8 ou 80. Ou a calcinha é uma mega calçola, ou é um baita fio-dental. Para os homens, roupa nunca foi um problema. Cuecas sao cuecas, calças sao calças e camisas sao camisas. Em um casamento as mulheres tem mega problemas de arrumar um vestido novo, um sapato e uma bolsa que combinem e essa brincadeira sai caro. Um homem pega aquele terno que ja usou 10 vezes, troca de gravata (se quiser) e está tudo certo.
Cada um tem suas necessidades e cada pessoa é um mundo. Pessoalmente, eu acho que na Europa as carências são mínimas. A abertura de um mercado comum Europeu colocou nas prateleiras milhares de produtos dos 27 países membros da UE e isso para mim foi tão impressionante, que eu paulatinamente, fui mudando alguns hábitos e hoje consumo produtos que antes nem conhecia.
Posso quase apostar que, para muitos de nós, hoje a situação seria inversa: Se voltássemos a viver no Brasil, sentiríamos muita falta de produtos que hoje consumimos nos países onde vivemos atualmente.
1 comentario:
Edu, além de sentir falta, também terá palpitação, e se bobear, um infarto ao chegar a um supermercado aqui no Brasil, principalmente SP capital... hahahaha
Minha prima morava na Espanha, resolveu voltar a morar no Brasil em sua primeira ida ao supermercado, quase morreu!
Em resumo, voltou para Madrid há 2 semanas.
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